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Pietro Odorisio: "A lavagem de dinheiro é um veneno para a economia e as finanças"
Notícias DiditMarch 3, 2025

Pietro Odorisio: "A lavagem de dinheiro é um veneno para a economia e as finanças"

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Pietro Odorisio é um consultor especializado em Anti-Money Laundering (AML), comprometido com a conformidade regulatória e a prevenção de crimes financeiros. Combinando um sólido conhecimento acadêmico com ampla experiência prática, ele se tornou uma referência no campo da integridade financeira.

Com formação em filosofia política e ética empresarial, Odorisio se destacou como um estrategista que transforma desafios regulatórios complexos em soluções eficientes. “A lavagem de dinheiro é um veneno para a economia e para as finanças, causando grandes impactos sociais e desestabilizando setores inteiros”, afirma.

O que o motivou a se especializar em conformidade regulatória e prevenção à lavagem de dinheiro? Conte-nos sobre sua trajetória profissional e o que o fascina nessa área.

Minha experiência nesse campo surgiu do desejo de combinar minha formação acadêmica em filosofia política e ética empresarial com um papel que pudesse ter um impacto real no combate a atividades financeiras ilícitas. Ao longo da minha carreira, desenvolvi habilidades específicas na aplicação de tecnologias avançadas para controle AML, na atualização de bases de dados especializadas e na capacitação de clientes. O que me motiva é o desafio de contribuir para um sistema econômico mais transparente e seguro.

De que forma tecnologias como inteligência artificial e machine learning estão transformando os processos de detecção de riscos em KYC e AML? Quais são as ferramentas mais inovadoras com que já trabalhou?

A incorporação de inteligência artificial (IA) e machine learning revolucionou o setor AML, aprimorando a análise de grandes volumes de dados e permitindo a identificação de padrões suspeitos. Já trabalhei com plataformas que utilizam algoritmos avançados para triagem e monitoramento, aumentando significativamente a eficiência e reduzindo a incidência de falsos positivos. Essas ferramentas ajudam as instituições a otimizar seus processos de verificação, garantindo mais precisão e agilidade.

No contexto internacional, quais são as diferenças entre os modelos de conformidade na Europa? Como essas variações impactam as estratégias de negócios globais?

Embora as regulamentações europeias sigam um modelo comum, cada país introduz variações que criam desafios para empresas multinacionais. Algumas jurisdições aplicam regras de KYC com mais rigor do que outras, exigindo abordagens personalizadas para garantir conformidade sem comprometer a eficiência operacional.

Quais são os principais sinais de alerta para transações suspeitas? Como as empresas devem lidar com essas situações?

Os principais sinais de alerta incluem:

  • Inconsistências nas informações fornecidas pelos clientes
  • Transações que não condizem com o perfil econômico do cliente
  • Movimentações frequentes com valores próximos ao limite de reporte
  • Fluxo de dinheiro para jurisdições de alto risco

As empresas devem combinar tecnologias avançadas de monitoramento com equipes especializadas para analisar rapidamente anomalias e tomar medidas assertivas em tempo hábil.

Uma pergunta que fizemos a outros entrevistados: é possível ser um profissional de compliance eficaz sem tecnologia?

Acredito que a tecnologia se tornou indispensável para lidar com a complexidade do compliance moderno. Ela reduz o tempo e o esforço necessários para tarefas operacionais e melhora a eficiência da análise de dados, que, apesar de simples para um profissional experiente, pode se tornar inviável devido ao grande volume de informações envolvidas. Sistemas inovadores eliminam processos manuais desnecessários e permitem que os especialistas concentrem seus esforços na tomada de decisões estratégicas que ainda exigem julgamento humano, responsabilidade e expertise. A tecnologia complementa, mas não substitui, o fator humano.

Como equilibrar um processo KYC rigoroso com uma experiência do usuário fluida e sem fricção?

O segredo está em adotar uma abordagem dupla: por um lado, os profissionais devem tornar o processo KYC o menos intrusivo possível, utilizando tecnologias avançadas e procedimentos simplificados para minimizar o impacto na experiência do usuário. Por outro, as instituições devem conscientizar seus clientes sobre a importância desses controles, mostrando que o KYC não é uma invasão de privacidade, mas sim um mecanismo essencial para garantir a segurança do sistema financeiro.

A lavagem de dinheiro prejudica toda a economia e gera instabilidade em diversos setores. Por isso, o KYC deve ser visto como uma ferramenta de proteção tanto para indivíduos quanto para o ecossistema financeiro como um todo. Criar essa consciência pode transformar a conformidade regulatória em uma responsabilidade compartilhada e valorizada.

Na sua opinião, quais setores – emergentes (blockchain, cripto) e tradicionais (imobiliário, seguros) – são mais vulneráveis à lavagem de dinheiro?

Setores tradicionais como bancos, seguradoras e jogos de azar sempre foram alvos de alto risco para lavagem de dinheiro. No entanto, são também os que possuem os processos mais estruturados para combatê-la, como demonstra o crescente número de relatórios de transações suspeitas.

Por outro lado, existem setores menos regulados ou mais resistentes à adoção de medidas preventivas. Profissões jurídicas e contábeis, como advogados e contadores, frequentemente lidam com atividades financeiras que podem ser exploradas para ocultar a origem ilícita de fundos. Além disso, setores como entretenimento, cinema e esportes gerenciam fluxos financeiros de difícil rastreamento, tornando-se vulneráveis a esse tipo de crime. Esses segmentos precisam de mais monitoramento e de uma conscientização maior sobre a importância de adotar medidas eficazes de prevenção.

Um entrevistado anterior mencionou que o aprendizado contínuo é fundamental para um Compliance Officer. Você concorda?

Sem dúvida. Em um ambiente regulatório que está sempre evoluindo, a atualização constante é essencial para um profissional de compliance. Vejo isso diariamente: praticamente todos os dias, regulamentações em diferentes países passam por mudanças para se adaptar a novos desafios.

Existem diversas fontes de informação que precisam ser acompanhadas continuamente, como diretrizes de organizações internacionais, recomendações do Wolfsberg Group e do GAFI, além de publicações de think tanks especializados. As Unidades de Inteligência Financeira (FIUs) de cada país também fornecem informações valiosas. Sem essa busca contínua por conhecimento, seria impossível se adaptar rapidamente às mudanças e implementar as melhores práticas com eficiência.

Que conselhos você daria às instituições para que desenvolvam uma verdadeira cultura de compliance que vá além da mera obrigação regulatória?

Para que o compliance seja mais do que uma exigência legal, ele deve ser encarado como um valor estratégico dentro das organizações. Para isso, as instituições precisam investir em treinamento contínuo, promover uma comunicação interna clara e adotar uma abordagem proativa para a gestão de riscos.

Além disso, é essencial melhorar a comunicação externa, evidenciando as medidas concretas e os resultados alcançados por meio da conformidade. Compartilhar dados precisos e atualizados sobre as ações de compliance pode ajudar a demonstrar a importância desse trabalho. Uma comunicação eficaz não só fortalece a cultura de conformidade dentro das empresas, mas também amplia a conscientização social, tornando o compliance um valor amplamente reconhecido e respeitado.

Olhando para o futuro, para onde caminham os processos de KYC nos próximos 5-10 anos? Quais tendências emergentes você prevê?

Acredito que veremos uma automação cada vez maior e a integração de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e blockchain, para aumentar a segurança, a transparência e a eficiência dos processos de KYC. O uso de identidades digitais e a aplicação de análises preditivas podem agilizar ainda mais os procedimentos, reduzindo o tempo de processamento sem comprometer a precisão dos resultados.

Contudo, é fundamental lembrar que, apesar de a tecnologia ser essencial e transformadora, ela nunca poderá substituir totalmente a supervisão humana. A responsabilidade final pelas decisões tomadas nos processos de compliance e combate à lavagem de dinheiro continuará a ser dos profissionais, e a tecnologia deve atuar como uma aliada, otimizando processos sem eliminar o fator humano.

Bloco de Autor - Víctor Navarro
Foto de Víctor Navarro

Sobre o autor

Víctor Navarro
Especialista em identidade digital e comunicação

Sou Víctor Navarro, com mais de 15 anos de experiência em marketing digital e SEO. Sou apaixonado por tecnologia e como ela pode transformar o setor de identidade digital. Na Didit, uma empresa de inteligência artificial especializada em identidade, educo e explico como a IA pode melhorar processos críticos como KYC e conformidade regulatória. Meu objetivo é humanizar a internet na era da inteligência artificial, oferecendo soluções acessíveis e eficientes para as pessoas.

"Humanizing internet na era da IA"
Para consultas profissionais, contacte-me em victor.navarro@didit.me

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