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Fraude no Brasil: por que é tão alta (e como freá-la de verdade)
September 8, 2025

Fraude no Brasil: por que é tão alta (e como freá-la de verdade)

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#Identity

Key takeaways
 

O Brasil é um dos países mais digitalizados do mundo e, ao mesmo tempo, um dos mais afetados por fraude de identidade, com tentativas que superam 1,9 milhão só nos três primeiros meses de 2025.

Roubo de celulares, identidade civil fragmentada e fragilidade no controle de consentimentos tornam o país um terreno fértil para o crime organizado.

Abordagens tradicionais de verificação — revisão humana ou checagens biométricas pontuais — já não funcionam diante de deepfakes, personificação e fraudes sistêmicas como a do INSS.

A única estratégia eficaz é um framework de defesa em profundidade combinando verificação documental, biometria avançada, monitoramento contínuo e consentimento rastreável, sustentado por cooperação público-privada.

 


O Brasil vive um paradoxo: é um dos países mais digitalizados do mundo, mas também um dos mais vulneráveis à fraude de identidade. Para contextualizar, só no 1º trimestre de 2025 houve quase 1,9 milhão de tentativas de fraude bancária, o maior número desde o início da medição em 2023.

E não é o único alerta. Até fevereiro de 2025, havia um ataque a cada 2,2 segundos, um aumento de cerca de 40% ano a ano. Além disso, a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados) registrou mais de 250 incidentes de vazamento de dados em agosto de 2025, enquanto o roubo de senhas cresceu 160% na comparação anual.

A fraude de identidade no Brasil não é acidente: é um negócio lucrativo, com organizações criminosas combinando roubo físico, engenharia social, inteligência artificial e lacunas regulatórias para operar em larga escala.

Por isso, neste artigo mostramos como frear a fraude de identidade no Brasil e reduzir seu impacto, para que deixe de ser um custo estrutural para as organizações que atuam no país.

Anatomia do problema: raízes que fazem do Brasil um terreno fértil

Há cinco fatores-chave que tornam o Brasil especialmente exposto à fraude de identidade:

  • Hiperdigitalização e economia mobile. Mais de 200 milhões de brasileiros têm acesso à internet e plataformas como o Pix (sistema de pagamentos do Banco Central do Brasil) são constantemente exploradas por golpistas.
  • O crime migra para o digital. Do físico ao online. O roubo de celulares (atinge 1 em cada 10 brasileiros) é o portão de entrada para a fraude financeira: baixo risco, alto retorno.
  • Identidade fragmentada. O Registro Geral (RG) foi historicamente frágil e fraudadores se aproveitaram disso. Recentemente, veio à tona o caso de um juiz que, por 45 anos, se passou por descendente de nobres ingleses.
  • Consentimentos e controle de dados frágeis. Foi exposto um esquema de fraude contra mais de 4 milhões de aposentados via INSS. Estima-se desvio de cerca de R$ 6,3 bilhões. Em julho de 2025, o STF aprovou o plano de ressarcimento e, desde maio de 2025, é obrigatória a biometria para desbloquear empréstimos consignados.
  • Baixa educação digital. Existem inúmeros “kits de fraude” (documentos falsificados e selfies) fáceis de adquirir. Esse acesso, somado à IA e à popularização de deepfakes, coloca públicos com menor letramento digital na linha de frente do risco.

Do roubo de celular à fraude de identidade: a cadeia de valor do crime

No Brasil, um celular roubado pode integrar uma operação de fraude em larga escala. O país é líder nesse tipo de furto: 1 em cada 10 brasileiros é vítima por ano, e o aparelho raramente volta ao mercado de usados. O interesse dos criminosos está nos dados e acessos contidos no dispositivo.

Como um “incidente menor” evolui para fraude de identidade e financeira:

  1. Roubo físico do celular. Geralmente na rua. Quadrilhas muitas vezes atuam sob demanda, escolhendo vítimas por perfil socioeconômico.
  2. Acesso inicial ao ecossistema digital. Os invasores forçam o desbloqueio (engenharia social, senhas fracas ou extorsão direta). Assim, acessam mensageria, bancos e carteiras digitais.
  3. Tomada de contas (ATO). Com acesso às contas da vítima, abrem-se diversos vetores:
    • Redefinição de senhas via SMS/email — porta de entrada para SIM swap, problema relevante no Brasil;
    • Interceptação de códigos 2FA;
    • Controle de WhatsApp, redes sociais, Telegram e email para enganar contatos e escalar o golpe.
  4. Onboarding fraudulento e personificação. Fotos da galeria, deepfakes de IA ou documentos forjados permitem abrir contas em bancos digitais/fintechs e obter crédito no nome da vítima.
  5. Monetização rápida. Com acesso ao celular, é fácil:
    • Transferências instantâneas via Pix;
    • Solicitação de pequenos empréstimos;
    • Compras em marketplaces e e-commerces;
    • Venda de dados na dark web.
  6. Lavagem e escalada. O dinheiro circula por “mulas digitais” ou via fintechs e fundos. Entre 2020 e 2024, uma rede ligada ao PCC lavou mais de R$ 52 bilhões.

A equação criminosa: baixo risco, alto retorno

Cada elo aumenta o valor do roubo inicial. Para a vítima, retomar o controle das contas pode levar semanas; para os criminosos, o retorno é imediato. Um celular intermediário, de ~US$ 500, pode gerar milhares em empréstimos e transações. A probabilidade de prisão é baixa: as forças de segurança priorizam crimes violentos em detrimento da fraude digital.

Como a fraude impacta bancos e fintechs?

O impacto se mede em três dimensões:

  • Custo financeiro direto: perdas por fraude, chargebacks e inadimplência.
  • Custo reputacional: percepção de insegurança em apps financeiras e e-commerce.
  • Custo operacional: suporte ao cliente, disputas legais e processos de recuperação.

Some-se a isso eventuais multas do Banco Central do Brasil e da ANPD caso se comprove ausência de controles adequados.

Por que as abordagens tradicionais falham

A realidade é que muitas instituições financeiras e fintechs e operadoras de iGaming no Brasil dependem de métodos de verificação defasados frente à sofisticação atual. O que há alguns anos servia de defesa hoje é insuficiente.

Primeiro, porque a revisão humana não escala. Validar manualmente documentos e selfies é lento, caro e perde terreno para falsificações e deepfakes cada vez mais perfeitos.

Segundo, porque a biometria isolada cria falsa sensação de segurança. Um selfie único no onboarding — sem liveness robusto e sem sinais adicionais (IP, geolocalização, análise documental) — é um controle frágil.

Por fim, muitas empresas ainda tratam a verificação como um ato pontual no onboarding, quando deveria ser contínua. Autenticação biométrica periódica e checagens aleatórias de IP e geolocalização reduzem significativamente o risco.

There are Facebook groups that allow the buying and selling of accounts with verified identities.
Existem grupos no Facebook que permitem a compra e venda de contas com identidades verificadas.

O que funciona: um framework de defesa em profundidade

Diante de uma fraude tão enraizada e quase endêmica quanto a brasileira, a saída é construir um framework de defesa em profundidade. Não se trata de aumentar a fricção ou o custo, e sim de combinar camadas que se reforcem mutuamente.

Um ponto-chave é fortalecer a identidade civil e as credenciais digitais. A Carteira de Identidade Nacional (CIN) é um passo importante, mas deve ser acompanhada de autenticação moderna, como biometria.

Os processos de verificação também precisam evoluir para uma mentalidade antifraude: integrar verificação documental, biometria com liveness, comparação facial 1:1, sinais de dispositivo/IP e análise comportamental em tempo real.

O monitoramento contínuo já é obrigatório para muitos regulados e deveria estar presente em todos os fluxos: perfis transacionais, checagem contra listas de sanções e PEP e detecção de anomalias.

Outro pilar é o consentimento rastreável. O caso INSS mostrou que, sem registros verificáveis e revogáveis, a fraude sistêmica é questão de tempo. Auditorias periódicas e fatores biométricos adicionais para mudanças sensíveis devem ser a norma.

Por fim, o fator humano importa. Educação digital — especialmente para grupos vulneráveis — deve caminhar junto com ferramentas de resposta rápida: botões de bloqueio imediato e alertas proativos diante de atividade suspeita.

Políticas públicas e colaboração público-privada

A fraude de identidade no Brasil não se resolve apenas com tecnologia privada. É preciso um arcabouço coordenado. O setor público deve definir padrões claros de compliance e consentimento, auditar de forma independente e sancionar quem facilita a fraude. Também deve promover campanhas massivas de educação digital, especialmente entre idosos e públicos vulneráveis.

Por sua vez, a colaboração entre bancos, fintechs, operadoras e órgãos públicos é essencial para frear práticas como SIM swap e a revenda de dados vazados. O programa Celular Seguro, ampliado em 2025 com integração a apps bancários, é um bom exemplo.

KPIs que importam para compliance (e para o CFO)

Prevenção à fraude não é despesa: é investimento na proposta de valor. E a forma de provar isso é medindo os KPIs certos:

  • Indicadores quantitativos: redução de perdas por fraude/chargebacks, menor custo operacional, tempos de verificação menores e maior taxa de aprovação de usuários legítimos.
  • Indicadores qualitativos: menos fricção no onboarding, mais confiança e satisfação do usuário.

Com esses dados, até o financeiro enxerga que prevenção à fraude protege e melhora a rentabilidade.

Didit: a melhor solução para verificar identidades e frear a fraude no Brasil

As empresas no Brasil enfrentam um duplo desafio: cumprir KYC/AML e se proteger de uma fraude cada vez mais sofisticada. O problema é que as soluções locais mais difundidas mostram limitações. A IDWall depende excessivamente de revisão humana, o que desacelera o onboarding; já a Unico não oferece uma plataforma ponta a ponta, deixando brechas exploráveis.

A Didit nasce para mudar essa equação. Nossa tecnologia foi desenhada especificamente para combater a fraude no Brasil e ajudar pessoas e negócios a eliminá-la. Combinamos verificação documental, biometria avançada, validações em fontes oficiais e screening global em uma plataforma flexível, aberta e econômica. Além disso, oferecemos o primeiro plano gratuito e ilimitado de KYC, para que qualquer empresa possa começar a verificar usuários sem barreiras de custo.

Com a Didit, você cria fluxos personalizados — do onboarding à autenticação biométrica — sempre alinhados às mudanças regulatórias no Brasil. O resultado: menos fraude, mais confiança e verificação que realmente agrega valor ao negócio.

Verificação de identidade no Brasil: grátis, rápida e antifraude

Cumprir KYC/AML no Brasil e se proteger da fraude não precisa ser caro nem complexo. Com a Didit você verifica usuários sem limites, desenha fluxos sob medida e enfrenta a fraude com tecnologia de ponta.


 

Perguntas frequentes

Fraude de identidade no Brasil — o que você precisa saber

Convergência de alta digitalização, uso massivo de Pix e apps financeiras, identidade civil fragmentada, controle de consentimento frágil e alta rentabilidade do crime online com baixo risco de captura.
O aparelho é usado para acessar bancos, interceptar SMS/emails e tomar contas de mensagens; depois, personifica-se a vítima, abrem-se novas contas e pedem-se empréstimos em seu nome.
Consentimento rastreável e verificável, registros digitais invioláveis, auditorias periódicas, biometria obrigatória em operações críticas e dupla aprovação em mudanças sensíveis. Desde 2025, o INSS exige biometria para desbloquear empréstimos consignados.
A fraude é dinâmica. É necessária verificação contínua: monitoramento transacional, checagens periódicas de listas de sanções e autenticações biométricas recorrentes — inclusive meses após o onboarding.

Fraude no Brasil: por que é tão alta (e como freá-la de verdade)