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Guillem Medina ocupa o cargo de Diretor de Operações na GBTC Finance, uma rede pioneira no câmbio de criptomoedas, contando com mais de 20 estabelecimentos físicos em Espanha e a expandir-se internacionalmente. Com formação em criminologia e uma grande paixão pela tecnologia, Medina está envolvido ativamente no setor cripto desde 2018, coordenando a formação e o suporte operacional da empresa.
"É necessária uma regulamentação, principalmente para proteger os utilizadores de fraudes", enfatiza Medina, destacando o seu compromisso em promover a confiança e a segurança no universo cripto. À medida que a GBTC Finance inicia a sua expansão internacional, a visão estratégica de Medina continua a impulsionar a missão da empresa de aproximar as finanças tradicionais do dinâmico mundo das criptomoedas.
Pergunta: Quais foram os maiores desafios que enfrentaram na implementação e manutenção dos vossos processos KYC e AML?
Resposta: Podemos resumir os principais desafios em três áreas: custo, tecnologia e suporte.
Pergunta: Sabemos que utilizam o Didit para verificação de identidade. O que vos levou a escolher esta solução em particular e como é que ela melhorou os vossos processos KYC?
Resposta: Foi uma melhoria enorme, sobretudo em termos de rapidez. Automatizámos a maior parte do fluxo de verificação, o que alivia significativamente o trabalho do nosso departamento de compliance. Quando um utilizador ultrapassa os controles KYC e AML, o seu registo e aprovação são efetuados automaticamente – sem necessidade de intervenção manual, salvo se for necessário um exame adicional (por exemplo, se for carregada uma fotografia desfocada).
Além disso, o custo, a confiança e a facilidade de integração foram fatores determinantes na nossa escolha. Após uma extensa pesquisa e comparação entre várias plataformas, decidimos pelo Didit, devido ao seu conjunto completo de funcionalidades e fiabilidade.
Pergunta: Com base na sua experiência, como é que o panorama KYC/AML evoluiu para os câmbios de criptomoedas em Espanha e na Europa nos últimos anos?
Resposta: As mudanças têm sido drásticas. Passámos de uma situação com quase nenhuma norma para um contexto em que o cumprimento é obrigatório. Por natureza, os utilizadores de criptomoedas são muitas vezes relutantes em partilhar os seus dados pessoais, mas para um câmbio, ter informação sobre os clientes é crucial para garantir a segurança.
Apesar de as regulamentações terem sido implementadas rapidamente – por vezes de forma bastante rigorosa – acredito que a regulamentação é essencial, principalmente para proteger os utilizadores contra fraudes. Todas estas alterações obrigam-nos a estar sempre um passo à frente, implementando sistemas que cumpram os novos requisitos, como os introduzidos no âmbito do MiCA.
Pergunta: Consegue partilhar um exemplo em que os vossos processos KYC/AML identificaram e impediram uma atividade potencialmente fraudulenta?
Resposta: Com certeza. Deparámo-nos com tentativas de roubo de identidade e esquemas de triangulação. Por exemplo, um fraudador colocou à venda, numa plataforma online, um artigo de alto valor (um iPhone 15) por um preço suspeitamente baixo e solicitou um depósito. A conta bancária fornecida para esse depósito era a nossa, e o fraudador tentou fazer com que lhe enviássemos BTC assim que os fundos fossem recebidos – deixando o comprador prejudicado e colocando-nos numa situação complicada.
Graças às ferramentas avançadas de prevenção de fraudes e de verificação documental, incluindo o reconhecimento facial capaz de identificar documentos falsificados ou fotografias de fotografias, conseguimos impedir estes esquemas antes mesmo que se consolidassem.
Pergunta: Possuem uma rede de ATMs, lojas físicas e uma plataforma de câmbio. Como é que adaptam os processos KYC/AML para equilibrar a experiência presencial e online dos utilizadores?
Resposta: Temos vindo a oferecer serviços OTC há algum tempo e, inicialmente, lançámos uma plataforma que permitia, principalmente, a compra de USDT (Tether). Um dos nossos fundadores, um programador sénior, desenvolveu a plataforma para garantir que as nossas franquias operem com segurança.
Os utilizadores têm sempre de se registar e passar pelo processo de compliance antes de qualquer transacção. Por exemplo, se alguém deseja utilizar um ATM, primeiro tem de escanear um código QR, abrir uma conta na GBTC, completar o processo de verificação através do Didit e, uma vez concluído, pode começar a operar. Asseguramos que tudo seja simples, mas seguro.
Pergunta: De que forma os rigorosos processos KYC/AML influenciaram a perceção da GBTC Finance junto dos vossos clientes e parceiros de negócio?
Resposta: Para nós, isto não é novidade – sempre exigimos fotografias e documentos de identificação. A implementação do Didit tornou este processo mais fluido e melhorou significativamente a experiência global.
Alguns clientes não têm problemas em fornecer os seus dados, tal como fariam num banco, enquanto outros optam por não se submeter a qualquer verificação e preferem não fazer negócio connosco – e respeitamos essa escolha.
Ao mesmo tempo, muitos reconhecem a importância de manter registos precisos e de declarar corretamente as transacções em criptomoedas. Na nossa experiência, os clientes que rejeitam completamente o cumprimento normativo são aqueles que menos desejamos atrair.
Pergunta: Consegue partilhar alguma lição ou erro do passado relativamente ao cumprimento das normas que o ajudou a melhorar os processos atuais?
Resposta: Seguimos as regras desde o início. O principal aprendizado foi perceber que certas soluções tecnológicas deveriam ter sido implementadas mais cedo – adiar essas melhorias pode criar vulnerabilidades ou causar problemas que medidas proactivas teriam evitado.
Pergunta: Que conselho daria a outras plataformas de câmbio de criptomoedas ou startups fintech que estão a começar a implementar os seus procedimentos KYC/AML, com base na sua experiência na GBTC Finance?
Resposta: Aconselharia que compreendessem profundamente os requisitos regulatórios e evitassem validar qualquer pessoa sem um processo sólido. É fundamental cumprir as regras e evitar atalhos que possam comprometer a segurança.
Pergunta: De que forma a nova regulamentação MiCA da UE impactou as vossas operações e os processos de compliance?
Resposta: Esta regulamentação obriga-nos a recolher mais informações dos clientes e a solicitar aos nossos fornecedores de serviços de verificação de identidade que adicionem funcionalidades adicionais nos seus painéis, permitindo-nos confirmar a autenticidade dos dados com maior precisão.
Pergunta: Na sua opinião, qual é o maior equívoco ou mito sobre o KYC/AML no mundo das criptomoedas que gostaria de desmistificar?
Resposta: O maior mito urbano é que as plataformas de câmbio partilham livremente os dados pessoais dos utilizadores com terceiros. Tal como qualquer outro negócio, estamos obrigados a cumprir as leis de proteção de dados e não podemos simplesmente entregar informação privada.
Pergunta: Olhando para o futuro, que inovações ou mudanças prevê no âmbito do KYC/AML para plataformas como a GBTC Finance nos próximos anos?
Resposta: Os reguladores podem ser imprevisíveis, podendo, a qualquer momento, exigir mais dados ou protocolos mais rigorosos. Prevejo que nos aproximaremos do nível de controlo típico dos bancos tradicionais, possivelmente com a implementação de confirmação biométrica para transacções.
Também poderemos ver uma maior conformidade dos wallets, associando cada um deles a uma identidade real. É difícil prever com exatidão, mas temos de manter a flexibilidade e estar preparados para qualquer eventualidade.
Pergunta: Por fim, como é que a GBTC Finance consegue equilibrar a estrita conformidade com uma experiência de utilizador suave?
Resposta: Os serviços especializados de verificação de identidade são a chave. Gerir tudo internamente requer uma enorme quantidade de recursos e programadores de topo, o que pode ser dispendioso e complicado.
Ao colaborar com empresas especializadas em KYC/AML, garantimos que a função central é gerida com excelência. Esta abordagem permite-nos oferecer um compliance robusto enquanto mantemos a experiência do utilizador o mais simples e intuitiva possível.
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